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Giuliano Marchiorato: um arquiteto curitibano para ficar de olho

Foi a mistura autêntica entre elementos da arquitetura japonesa com o modernismo brasileiro que rendeu ao arquiteto Giuliano Marchiorato, à frente do studio que leva seu nome, um prêmio na edição 2023 da Casacor Paraná. Marchiorato, que assina o projeto de interiores do Noar, nosso novo empreendimento, traduziu as influências que viu em sua última viagem ao Japão à uma linguagem brasileira. O resultado foi que o espaço Casa Japandi ganhou o prêmio de Revelação do Ano na mostra, na primeira participação do escritório no evento.

Mas não foi apenas no projeto para a Casacor que esses elementos foram mixados – muito do trabalho do escritório de Marchiorato segue essa tradição. A brasilidade aparece como destaque no projeto de interiores criado por seu studio para o Noar. A criação foi pautada na identidade do escritório: atemporal, contemporânea e voltada para o minimalismo.

Conversamos com o Giuliano, que teve seu escritório eleito pelo New World Report como o estúdio de arquitetura e design mais inovador do Sul do Brasil. Você confere a entrevista completa abaixo.

Você ganhou o prêmio de Revelação do Ano na mostra Casacor. Pode nos contar mais sobre o projeto?

Em suma, o projeto da Casacor foi muito pensado como uma amostra: uma pequena amostra do que a gente, como escritório, acredita, e a linguagem do escritório. Ele foi muito inspirado na minha última imersão no Japão – sou um amante da arquitetura japonesa e do modernismo brasileiro. Eles são os dois focos que temos no escritório. Esse misto foi traduzido na mostra com as influências que eu vi no Japão, na imersão, traduzida na linguagem brasileira, com móveis, pedras e materiais brasileiros, mas com essa alusão ao japonismo.

Você imaginou que o projeto da Casa Japandi seria vencedor? Por que acha que o espaço se destacou?

Não sei se imaginava, mas que eu queria ganhar, eu queria (risos). A gente tinha muita vontade de ganhar esse prêmio. A minha bagagem da viagem me inspirou muito, então acho que o resultado da mostra foi muito bacana, a gente conseguiu colocar tudo que eu vi traduzido para a nossa realidade. Acho que o prêmio é só mais uma afirmação de que a gente está no caminho certo, de que estamos fazendo uma arquitetura autoral, atemporal e nossa, com a nossa identidade.

Como você vê a área de projetos de interiores hoje?

Acredito que interiores vem se difundindo cada vez mais. Após a pandemia, intensificou-se bastante o olhar para dentro nos projetos de arquitetura. Acho que isso é sempre bom, mas tem que ter um cuidado com a qualidade. Vejo muita coisa, mas a gente sempre precisa voltar ao desenho à mão, à atenção aos detalhes, que faz muita diferença nos projetos de interiores.

O que você tenta trazer em seus projetos? O que pretende passar para as pessoas?

Tentamos trazer primeiramente a nossa linguagem, a nossa identidade, como acreditamos que é uma boa arquitetura, mas também misturado ao gosto pessoal do cliente. Tentamos traduzir esse misto entre o que a gente acredita que é bom e as vontades do cliente, como se fossemos quase como um intérprete das vontades e dos sonhos do cliente. Trazemos a nossa visão sobre o que a gente vê, é como se fossemos mesmo esses tradutores de sonhos, e acabamos desenhando isso da nossa maneira. Contamos a história da outra pessoa pela nossa voz.

O que tem te inspirado?

O que me inspira é – chovendo no molhado – a arquitetura minimalista, japonesa e escandinava, mas também passa por outras artes. Eu gosto muito de buscar nas outras artes e nas outras temáticas inspirações, senão ficamos muito bitolados em referências de imagens de outros projetos e é pouco, a gente tem que buscar mais para não ser repetitivo. Filmes, museus, viagens sempre me inspiram, por isso tento fazer sempre.

Quais são os movimentos para ficarmos de olho nesse segundo semestre?

Como estamos nessa temática, vejo que o Japandi está muito em alta. O pessoal está de olho devido a essa forma que traduz um bem-estar, uma plenitude, uma calmaria. O estilo Japandi é o misto da arquitetura japonesa e da escandinava. É algo que vemos há bastante tempo, mas as pessoas estão olhando bastante.