O design brasileiro conquistou o mundo. E a cada dia, surgem novos e grandes talentos para acrescentar ainda mais diversidade, criatividade e talento ao mercado do design nacional. Para celebrar alguns de seus criadores e suas obras, convidamos o arquiteto Giuliano Marchiorato para fazer uma curadoria do que tem chamado sua atenção nos últimos tempos.
“Creio que elas têm em comum o trabalho de desenho com materiais naturais e versatilidade no uso”, comenta o arquiteto, que assina o projeto de interiores do Noar. Confira todas as peças abaixo.
Poltrona Leve — Lucas Recchia
Lucas Recchia explora a materialidade e o artesanato em sua essência, combinando técnicas ancestrais a um olhar contemporâneo. A Poltrona Leve é um exemplo claro desse processo: formas esculturais que evocam permanência e transformação, criando um equilíbrio entre o tradicional e o inovador. Trabalhando com materiais como vidro, bronze e pedras raras, Lucas ressignifica sua aplicação no design, trazendo texturas e sensações que dialogam com a memória e o tempo.
Cada peça assinada pelo designer nasce de um processo de investigação profunda sobre os materiais e suas propriedades. A Poltrona Leve não é apenas um objeto funcional, mas uma expressão de pesquisa e sensibilidade artística. Seu trabalho reforça a importância da experimentação e do diálogo com os processos naturais, resultando em peças que carregam emoção e um forte senso de pertencimento.

Poltrona Capa — Guilherme Wentz
A Poltrona Capa é uma releitura despretensiosa e sofisticada da poltrona tradicional com capa de linho. Seu design sugere que um tecido foi casualmente lançado sobre uma estrutura de madeira, criando um equilíbrio entre a formalidade da marcenaria precisa e a leveza de um elemento que parece estar em movimento. A peça convida à experimentação: pode ser usada com ou sem capa, transformando sua estética conforme o ambiente, a estação ou o momento.
A estrutura, feita de madeira folha natural e compensado naval, é minimalista, mas repleta de detalhes sutis. Guilherme Wentz propõe um objeto que nega a rigidez do desenho industrial para celebrar a espontaneidade e a fluidez dos materiais. A poltrona é um convite ao conforto e à liberdade, permitindo que o usuário se aproprie do design de maneira única e mutável.

Mesa de centro Arenito — Jacqueline Terpins
Arenito é um exercício de equilíbrio entre solidez e transformação. Inspirada na erosão e nos processos naturais de desgaste e recomposição, Jacqueline Terpins explora a madeira de forma inédita. O resultado é uma composição de placas de compensado naval laminadas que, empilhadas de forma orgânica e desalinhada, evidenciam a essência do material e sua formação interna. A mesa se revela como um organismo vivo, onde cada camada conta uma história de tempo e permanência.
O design da peça dialoga com a impermanência da natureza. Assim como a rocha desgastada pelo vento e pela água, Arenito se apresenta com extremidades em movimento, em um estado de constante transformação. A aparente fragilidade contrasta com a solidez estrutural, criando um jogo visual entre força e delicadeza. A obra de Jacqueline Terpins carrega essa dualidade, propondo uma nova percepção sobre os ciclos e dinâmicas que moldam o mundo ao nosso redor.

Mesa Jerry — Ari Coelho
A trajetória de Ari Coelho reflete um processo intuitivo e empírico que se materializa em cada uma de suas criações. Com uma formação pouco convencional para um designer, sua experiência no universo da iluminação lhe conferiu um olhar apurado sobre luz, sombra e a estética dos objetos. A Mesa Jerry nasce desse repertório, carregando uma sensibilidade única para formas, texturas e interações visuais.
O desenho da peça revela simplicidade aliada à complexidade estrutural. As proporções equilibradas e os detalhes precisos demonstram a maturidade de um designer que não apenas conhece os processos criativos, mas os vivencia em cada escolha de material e acabamento. A Mesa Jerry é um testemunho do olhar atento de Coelho para o design atemporal, em que a funcionalidade se une à expressão artística.

Luminária Passo — Max Kampa / Estúdio Latino de Design
A Luminária Passo sintetiza a visão de Max Kampa sobre o design como ferramenta para provocar experiências e reflexões. Para ele, os melhores projetos nascem de sutilezas cotidianas — e essa peça traduz exatamente isso. Com linhas minimalistas e uma presença delicada, a luminária não se impõe no ambiente, mas interage com ele, criando atmosferas que mudam conforme a luz e a sombra se espalham pelo espaço.
O design da Passo vai além da funcionalidade e convida à experimentação sensorial. Sua estrutura sugere movimento, acompanhando o olhar e transformando a percepção do espaço ao longo do tempo. Com um pensamento que vai além da solução prática, Max Kampa reafirma que o design pode ser um ponto de partida para novas narrativas e interações — e a Luminária Passo é um convite para esse diálogo.

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